Mercado financeiro projeta Selic em 14,25% ao ano
Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) esperam que a taxa básica de juros, a Selic, seja elevada em 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para amanhã (28) e quarta-feira (29). Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, após passar por seis altas seguidas.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
Como o BC está tentando conter a inflação, a expectativa é continuidade do processo de aumento da taxa básica. Para este ano, a estimativa do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu pela 15ª vez seguida. A projeção passou de 9,15% para 9,23%. Neste ano, a inflação deve ficar muito acima do limite superior da meta estabelecido pelo governo, que é 6,5%. Para 2016, a projeção permanece em 5,40%.
A promessa do BC é entregar a inflação no centro da meta (4,5%), em 2016. Como as expectativas para o próximo ano ainda estão acima disso, o BC considera que precisa continuar elevando os juros. Na última sexta-feira (24), o diretor de Política Econômica do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, disse que, mesmo com alguns resultados positivos inegáveis, acontecimentos recentes mostram que existem novos riscos que podem influenciar o resultado da inflação em 2016. Para o diretor, isso pode afetar as expectativas de inflação no longo prazo.
Para o diretor, há sinais positivos da convergência da inflação para 4,5% no próximo ano, mostrando que o BC está no caminho certo. “No entanto, o progresso até agora na luta contra a inflação precisa ser equilibrado contra riscos recentes que ameaçam nosso objetivo central”, disse. O diretor acrescentou que o BC deve permanecer cauteloso no momento atual.
Da Agência Brasil.